quarta-feira, 26 de junho de 2013

FOGO DE AMAR


É alvorada matutina
incandescente, tão grata.
Chega assim mimosa
e sucede-se rápida
com euforia sensata.
 
É excitante, bem como
a palpitação livre
de gaivota não perseguida.
Com voo inesgotável
que empenha e ativa. 
 

É plenitude descontraída,
um passo sem peso.
Constante intensidade
de presença perfumada
que agita e exalta. 
 

É abrigo que guarda
uma trégua descontrolada.
De fita com laços,
de ciranda colorida
sorridente e feliz.
 

É fogo incontrolável
que não queima; alenta.
Com gestos despreendidos,
fome e ambição.
É silêncio inadequado . 
 

Tem ruídos de cidade,
Tem murmúrios de campo
Tem o soar pausado,
de rumor provocante
de tentação, sedução. 
 

É safira reluzente
que salpica cintilando
em teus olhos acesos.
Reflete ardente nos meus
tua cor macia, úmida,
teu cheiro , teu sabor .
  

É  um leque dançante.
Tem movimento solto
de ballet satisfeito,
da brisa do oceano , 
do vento da colina .
 

É o tato que urge ,
um gosto dilacerado
de prazer , perdição.
Meus instantes telúricos ,
Teus instantes de fascinação.  
 

Rosy Fonseca  - junho / 2013
Todos os direitos reservados.
 

 

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Encontro


Não há lugar onde eu te encontre 
com meus olhos abertos, espertos.
Se te vejo por poucos instantes,
são com meus olhos fechados, cerrados.
Não são ilusões ou inspirações,
sei que te vejo, desejo e almejo.
 

Essa procura é que me abastece
a esperança de ter-te, obter-te.
Faz das minhas alucinações constantes
o meu alimento de essência e prudência.
Que um dia ao ter-te tão próximo,
hei de apurar-me contente, insistente.
 

Na volúpia dos meus devaneios
que perpetuam-se fortes, sem cortes.
No ensejo dos meus sonhos preferidos,
das noites de amor, sedução.
Sei que vou encontrar-te em meus braços
e olhar-te  perto, certo, e liberto .

Rosy Fonseca ( todos os direitos reservados 08/10/2011) 

sábado, 15 de junho de 2013

MAGIA


Um instante, realidade. Por curtos momentos
um tanto apressados, talvez algum vento soprasse.
Nada além de nós, não mais que um sentido.
Um certo ar, uma sombra, gesto e corpo. 

Um todo que aguçava firme a seduzir-nos.
Meiguice atrevida, improvisada. O despertar livre
da verdade no mistério em desejos mergulhada.
E nossa voz embargada, cada vez mais suspirava... 

Intenso e ofegante calor no suor a correr entre nós.
Nos adornos de nossos olhos um brilho a refletir.
Como era nítida, clara a força que de nós ousava
sem pudor algum . Ávida, estonteante , eloquente. 

Quieta e translúcida magia. Êxtase de prazer
no apego da tua noite a transbordar satisfeito.
E delirantemente perdido em ilusões crentes
de um amor sincero, doce, eterno. Nossa paixão .
Um instante, realidade. Por curtos momentos

um tanto apressados, talvez algum vento soprasse.
Nada além de nós, não mais que um sentido.
Um certo ar, uma sombra, gesto e corpo.
Rosy Fonseca ( todos os direitos reservados) 1980