segunda-feira, 26 de março de 2012

Esse Anjo

Jogar fora os meus pensamentos,
talvez todos os maus pensamentos.
Apenas deixá-los, esquecê-los
tão rapidamente , tão tragicamente .

Meigas belezas, quem sabe tristezas.
Distrações, ou mesmo atenções.
Tanta emoção em melancolia
que amei sofrendo e intensamente.

Jogar fora vários momentos meus
que toquei mas nunca foram teus.
É parar no tempo, subir e descer,
cair num abismo ofegantemente.

Perder os meus sonhos e conquistas,
os pedaços do ar do teu rosto
que eu muito vivi a respirar
e agora me oprime angustiadamente.

E se eu dançar ao lado de um anjo
com tudo o quanto quis e perdi.
E se esse anjo vier a bailar ,
sei que vou sorrir plenamente.

E se esse anjo comigo falar
das tuas palavras que eu não ouvi...
Mas se esse anjo de mim se afastar,
eu vou chorar desesperadamente.

Eu te amei a cada curto instante.
Eu te amei a cada pouca chance
de poder ter-te em meus braços,
de poder ter-te em meu ser.

E jogar fora os meus pensamentos,
talvez todos esses momentos,
só porque tu não me enterneces,
só porque tu já não me queres.

São todos os maus pensamentos.
E se deles surgirem tormentos,
é porque eu continuo a te amar
e assim vou morrendo, insistentemente.

Rosy Fonseca/ 1989 ( todos os direitos reservados)

terça-feira, 13 de março de 2012

Perdoa-me

Perdoa-me se às vezes sem perceber
magoo-te com barras desequilibradas.
Se às vezes, posso ferir-te a paz
que trazes contigo para me alegrares.

Desculpa-me se um dia sequer eu
te faça do riso um pranto corrente,
te encare na dor dos meus desajustes,
te espelhe meus gritos, meus desencantos vitais.

Não me leves a mal, eu te peço, pela
tristeza que sem querer te demonstro.
Procura e entenda-me. Beija-me a face.
Só tu podes ouvir meu apelo e atendê-lo.

Te vejo como apoio de minhas corridas diárias,
em minhas previsões, vozes e mil paraísos.
És o embrião ligado ao doce envaidecer
do meu peito ardente por ti. Perdoa-me.
Rosy Fonseca/ 1978 ( todos os direitos reservados
)


quarta-feira, 7 de março de 2012

Algum dia

Algum dia… não tão distante,
hei de alentar em meu colo macio
tua face pálida e um pouco sonolenta
completamente estagnada por beijos.

A sombra terna de meia luz,
ao som de uma respiração agitada.
Sem interrupções nem preocupações.
Tudo livre, independente, só nosso.

Do lado de fora, no fundo da noite,
um frescor ameno com certa ousadia
há de penetrar por entre o calor
de uma iniciativa ofegante, estimulante.

E assim todos os meus sentidos
hão de intensificaram-se.
Pois cada pedaço do meu corpo
irá florescer aos pedaços do teu.

Com toques, paixão e algo mais.
Isto há de durar para sempre.
Basta que aproxime-se a hora,
algum dia... não tão distante.




Rosy Fonseca/ 1978 (todos direitos reservados

domingo, 4 de março de 2012

Amor Infinito

Este meu aspecto melodioso
de um prisma encantado
instituído pelo suor quente
começa a me envolver ofegante
toda vez que em teu peito
encosto meu rosto gentil

Demonstro, portanto, às pressas,
o amor que não cessa,
não descansa, nunca morre.
Vai se aglomerando, me possuindo,
chega até a me sufocar
de vontade de me entregar, agora.

Pergunto a mim mesma, por que
não tenho em meus longos gestos
um controle absoluto de sentir?
Já não demoro e me respondo
que sinto tão profundamente
este amor me elevando...

Ele vai além o horizonte,
me habita e  intensifica.
É um infinito leito de paixão
que não me deixa isolada
nos momentos escuros em que
a tua ausência me emudece.

É uma porção de anseios,
uma fome de oportunidades
de te mostrar espontânea.
Esta realidade vivente, contente,
uma soma de claridades,
este conjunto de luzes.

Expor tal grandeza a outro?
Não. Impossível!
Sómente na tua sensibilidade
dorme calma e confiante a minha.
Apenas em teus modos
encontro o motivo dos meus.

Pelo frio, pelo deserto, pelo sol.
Por tudo, mas principalmente por ti,
rodo em poesias douradas
a essência poderosa deste amor.
E provo firme a eternidade
que te amo perdidamente.

Rosy Fonseca/ 1978 (todos diretos reservados)