terça-feira, 28 de agosto de 2012

Súplica


Vejo-o tácito, vejo-o baixo.
Vejo-o estéril meu sol desolado,
desencantado em teus brilhos
e fenecido em teus raios. 
 

És o vazio do meu nada,
meu desfalecer de aventura.
Carente, és oco inditoso
Que cerra-se dentro de mim. 
 

Distanciado de tudo,
arrebatado só no desterro,
em fúnebre dor de clemência
cravada seca em meu dorso.
 

Sol, ó sol que te escassa?
Que te apaga que te mata?
Sou eu, meu rosto desfeito?
Meu chão em pautas cadentes?
 

Ó sol, que mal eu te fiz?
Qual dos horrores maiores cumpri?
Morres desintegrando o meu ser
Para na tua morte eu morrer.
 

Rosy Fonseca/ 1979

Todos os direitos reservados
 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Meu Pedido

Contemplar-te, há vagas no ar…
Ambiciono-te para mim.
Beijar-te haverá um ensejo...

Haverá perfeição na barra de uma enseada,
uma afeição de ardente brilhar na maré que flutua folhada.
Caminhando indefesa, a leveza de uma
inocência que tranborda entre poemas os dias e horas.
Pérolas verdadeiras que cobrirão de magia os lírios de um castelo desaparecido.
O som da flauta de uma harmonia agreste que tocará docemente
os laços de meu pedido...
Abraçar-te.
Colher os pingos de uma chuva que em cristais confiará meu futuro.
Te acordo ,te quero.
Se te amo, te espero.

Rosy Fonseca/ 1997 todos os direitos reservados