Afasto-me de ti.
Minha mente parece
Num oco desfolhar-se.
Aqui, minha alma padece.
Prazeres correm em vão.
Por dentro tudo falece.
Porém o vulto da tua presença
aqui não me adormece.
Sou tua luz.
O vôo de um pássaro
espalhando a poeira
de um livre rastro.
Muitos rumos no teu pouso,
também sou.
A fresta do teu amor
na grama fresca da noite.
Despeço-me de ti.
O sereno não arrefece
meu peito em aflição
para que eu aqui dissesse:
Te adoro, e não posso.
A verdade me aborrece.
Enfim tua vez não é minha;
é do mundo, que aqui me esquece.
Rosy Fonseca 1977
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