Corre, corre ave cor,
tão só, tão melancólica dor.
Fecha e abre estas asas
a um só tempo, de um só lamento.
Na procura dos teus cantos,
no pouso dos teus devaneios.
De amargura ao abandono,
engoles para ti teu intento.
Não tens mais o que percorrer,
se não há para quem gritares.
E o ar , de vôo a vôo...
é vã esperança em contravento .
Corre, corre ave cor.
Tão só, fria e pungente dor.
Canta e dança em teu plainar.
Foge e morre em teu penar.
Rosy Fonseca/ 1983
(todos os direitos reservados)
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