segunda-feira, 5 de agosto de 2013

POR QUE ?



Pergunto-me a cada dia,
a cada hora,
porque não encontro mais
ao meu redor, você ?
 

Neste jogo manhoso
restou seu riso marcado.
Na parede atrás da porta
permaneceu  seu retrato.
A sombra do seu jeito
nas pegadas do quarto.
 

Dentro da relva molhada
remanesceu seu perfume.
Ele surge a cada noite. 
Ele chega e me ameaça.
Entre os bancos sobrou
o ardor das suas palavras.
 

Assim e por toda a parte
existe um pouco de você,
existe o muito de nós dois.
Aquela súbita veemência
que entregou o meu corpo
na paixão do calor do seu .
 

Naquela cena fechada,
na escuridão de uma noite.
Laça todo esse tempo.
Arrebata o meu coração.
Fica o seu rosto discreto,
agora os meus beijos no ar.
 

Persiste você em meus sonhos.
Uma inquietude em meus passos
que me atormenta viver.
Uma vida quase sem nexo.
Um espelho turvo, convexo.
Uma imagem sem mais reflexo.
 

Pergunto-me a cada dia,
a cada hora,
porque não encontro mais
ao meu redor, você ? 

Rosy Fonseca / 1978. 

Todos os direitos reservados .

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