domingo, 1 de setembro de 2013

Rotina


Cada noite deserta, cada manhã perdida...

Eu acordo e você está longe. 

Em meus olhos, uma profunda tristeza 

que se entrega a uma visão sombria . 

Meus passos guiam-me a um lugar infinito, 

e meus braços se encolhem de frio. 

No mar, as ondas desenham sua imagem, 

e o vento a enfeita de movimentos. 

Na areia, as marcas de cada momento vivido 

e que os dias e noites vão apagar. 

Meus desejos não sustentam amarga aflição. 

Corro a procura de um doce encanto , 

mas não consigo suprimir solidão tão dolorosa. 

Chamo seu nome que parece desaparecer

entre as folhas de outono ; pois você não ouve. 

Nele se agarra cada lágrima que não posso conter, 

cada lembrança que não posso esquecer. 

Como cada passo meu é extinto… 

Como cada gesto meu é partido… 

E você cada vez mais é meu dia, 

que me retorna a mesma noite deserta, 

à mesma manhã perdida ... 

 

ROSY FONSECA / 1977
 

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