Cada noite deserta, cada manhã perdida...
Eu acordo e você está longe.
Em meus olhos, uma profunda tristeza
que se entrega a uma visão sombria .
Meus passos guiam-me a um lugar infinito,
e meus braços se encolhem de frio.
No mar, as ondas desenham sua imagem,
e o vento a enfeita de movimentos.
Na areia, as marcas de cada momento vivido
e que os dias e noites vão apagar.
Meus desejos não sustentam amarga aflição.
Corro a procura de um doce encanto ,
mas não consigo suprimir solidão tão dolorosa.
Chamo seu nome que parece desaparecer
entre as folhas de outono ; pois você não ouve.
Nele se agarra cada lágrima que não posso conter,
cada lembrança que não posso esquecer.
Como cada passo meu é extinto…
Como cada gesto meu é partido…
E você cada vez mais é meu dia,
que me retorna a mesma noite deserta,
à mesma manhã perdida ...
ROSY FONSECA / 1977
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muito bom
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