terça-feira, 17 de setembro de 2013

SE EU PUDESSE ...


Se eu pudesse
chamar-te de meu ...
Na minha vontade eu tanto te quero.
Na minha vaidade eu tanto te esmero.
Como eu te espero ...
 

Se eu pudesse
chamar-te de meu ...
Na minha coragem eu tanto te almejo.
Na minha paisagem eu tanto te vejo.
Como eu te gracejo ...
 

Se eu pudesse
chamar esse mundo
que de mim esconde diariamente
um amor que sinto profundamente.
De um gosto tão doce e terno.
De um sentido tão frágil e eterno.
Sei que amo ,
e isso é belo .
 

Se eu pudesse
chamar esse tempo
que de mim foge e logo se esquece
desse amor que já me entorpece.
Só eu sei o quanto ele envolve
os meus gestos e não me devolve
o que mais cortejo,
e é teu ser .
 

Se eu pudesse
chamar esse mar
para beber toda a sede que tenho.
Para molhar de paixão quando venho
à tua imagem pálida , resguardada ,
à tua face de beijos inundada.
Sonho contigo,
e é infinito .
 

Se eu pudesse
chamar esse chão
que por mais que eu tente firmar,
ele parece de mim dizimar
todo o sustento de instantes e horas.
Pois te carrega sem rumo afora.
Eu fico só,
e é para sempre .
 

Se eu pudesse
chamar-te de meu ...
Na minha alucinação eu tanto te enlaço.
Na minha intenção eu tanto te faço.
Como eu te abraço ...
 

Se eu pudesse
chamar-te de meu ...
Na minha saudade eu tanto te choro.
Na minha verdade eu tanto te imploro.
Como eu te adoro ...


 

ROSY FONSECA / 1990

( todos os direitos reservados )

 

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