Este murmúrio de água correndo,
este enlace de folhas jogadas,
esta primavera que me sufoca de paixão.
Uma aragem que em teus cabelos dorme selvagemente,
que me semeia a vontade de ser tua.
A fixidez de teu rosto me tranca desprevenida.
Tua intimidade me condensa, me supera, me seduz.
Esta aflição que me recorta, que me fulmina de amor.
Só porque a devassidão de um mergulho profundo entre nós
age sem preconceito.
E sem desavença concentra o balanço que une indeterminadamente as pálpebras resguardadas.
É a chama que incandesce.
É o impulso que embelece a viagem de um súbito desejo.
É a barragem que desabrocha em represa espontânea.
É a clave de um eco que cintila um soneto.
Rosy Fonseca/ 1977
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