terça-feira, 4 de setembro de 2012

Barragem de Paixão

Este murmúrio de água correndo,
este enlace de folhas jogadas,
esta primavera que me sufoca de paixão.
Uma aragem que em teus cabelos dorme selvagemente,
que me semeia a vontade de ser tua.
A fixidez de teu rosto me tranca desprevenida.
Tua intimidade me condensa, me supera, me seduz.
Esta aflição que me recorta, que me fulmina de amor.
Só porque a devassidão de um mergulho profundo entre nós
age sem preconceito.
E sem desavença concentra o balanço que une indeterminadamente as pálpebras resguardadas.
É a chama que incandesce.
É o impulso que embelece a viagem de um súbito desejo.
É a barragem que desabrocha em represa espontânea.
É a clave de um eco que cintila um soneto.

Rosy Fonseca/ 1977
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