segunda-feira, 22 de julho de 2013

MINHA DESPEDIDA




Quando este mundo se ascende
reflete-me raios sem me acudir.
Eu me desmonto ao que se pretende
deixar-me vazia sem eu pedir.
 

Novamente eu releio a história
que me acerca por anos afim.
Ou se não é sem texto e sem glória
que ela não trata da pena de mim.
 

Estou com ela me acostumando
por pleno enredo largado em apuro.
Pelo meu punho ela vem se armando
a transformar meu rumo em impuro.
 

Atinge-me forte uma devassidão
que aos poucos venho desiludindo.
Por tudo e por todos sou a gratidão
que obriga-me a estar me despedindo.
 

De cada flor que eu aprazerei.
De cada pessoa que eu antevi.
De todo amor que eu procurei.
De cada sonho que sequer vivi.
 

Deixo aqui este pobre horizonte.
Meu semblante é terra desmedida.
No luar que se fecha à minha fronte
sou solidão, minha própria despedida.
 

ROSY FONSECA /  1988

(todos os direitos reservados)
 
 






 

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