terça-feira, 29 de outubro de 2013

Minhas Palavras


Noite escura.
Como venta...
No céu as núvens enfeitiçando-se
emitem um cinza brusco de tempestade.
De repente
a chuva cai retorcendo-se arisca no ar,
embalsamando forte sua transparência.
Quando atinge o chão triunfante ela o fere
não tarda,
e descansa .
Parte daí uma agonia que me treme,
uma carência de aconchego
que deixa-me só,
paralisada por tédio.
Eu gostaria de trazer-te aos meus braços agora !
Beijar-te,
prestar-me a ti,
satisfazer-me em ti.
Viver em meu corpo os prazeres do teu.
Tragar o teu peito sem pressa .
Inundar o teu ser de paixão.
Desejo-te completamente.
Eu quero, como eu quero…
Parte-me então meu coração triste,
dilacerado em dor crua e amarga.
Imobiliza-me mais e mais,
mata-me de sede e aflição.
Faz-me esperar escondida.
Obriga-me, obriga-me, obriga-me...
Eu tento.
 
Penso que tento e não consigo.
Tua distância me despedaça calada.
Meio menina , meio mulher.
 
Ao meio desta mesma noite.
À meia luz do meu sempre quarto.
Ao meio tempo do meu todo leito.
À meia voz do meu quase sonho .

 

Rosy Fonseca/ 1978

(todos os direitos reservados)
 
 

 

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