quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Beijo

De vigia eu quase vago,
de sonhos eu quase vivo,
Mas não vivo o que eu sou
nem tão pouco o que desejo,
se passo a passo partiste
e junto de mim nada existe.

Sómente um antigo beijo
ainda molhado de sede,
que dentro de mim incenssante
recupera-se vezes e vezes.
Finjo que seja vivente,
bebo-o assim novamente.

Qual atina gozo e chama
suspirando imenso o meu peito.
Teu alento é feito esperança
entrelaçada em meus dedos.
Como se fosse ávida luz,
toda em teu corpo me pus.

E nada de ti pude crer.
Este beijo agora é calado.
Mudo, porque só deixaste
enlevado nele a existência 
de que fora do amor o primeiro,
e deste mesmo amor , derradeiro

Rosy Fonseca/ 1979 (todos os direitos reservados)

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