Tão cedo, e já é hora de partires novamente.
Custa-me fixar os olhos fundos, molhados,
na sombra que vais largando pela rua
e que agarra-se sólida a cada passo teu.
Mais uma vez, aquela mesma sensação amarga.
É como se meu ser estivesse se resumindo
e fosse, portanto, aos poucos, se decompondo
para só ressurgir quando aqui voltares.
A solidão chega e paralisa meus movimentos.
O desespero sufocante emudece a minha voz.
Sinto-me possuída por uma tristeza aflita,
perco o poder de assumir minha vida.
E sem perceber, é hora de partires novamente...
Nem preciso dizer-te o quanto padecerei com isso.
Basta que olhes para meu rosto reclinado
e vejas nele a dura dor desta despedida.
Rosy Fonseca/1978 todos direitos reservados
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